Revisão do gênero Antiteuchus Dallas (Heteroptera, Pentatomidae, Discocephalinae)
Author
Fernandes, José Antônio Marin
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Rua Augusto Corrêa nº 1, 66075 - 110 Belém, PA, Brasil
Author
Grazia, Jocélia
Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500, bloco IV, Prédio 43435, 91501 - 970 Porto Alegre-RS, Brasil.
text
Revista Brasileira de Entomologia
2006
2006-06-30
50
2
165
231
journal article
10.1590/S0085-56262006000200004
55f509e1-126e-4287-9d18-15a58208e041
3966045
Antiteuchus graziae
Engleman, 1983
(
Figs. 27–33
,
302
)
Antiteuchus (Antiteuchus) graziae
Engleman, 1983
(
in
Engleman & Rolston, 1983
): 185
-187, figs. 12, 15, 20;
Rolston, 1991: 235
(chave);
Rolston, 1993: 109
(chave), 110, figs. 1-2.
Medidas (n=10): comprimentototal- 12,3-13,6; larguratotal- 8,0-8,2.
Pontuação dorsal densa, distribuída homogeneamente, alguns pontos são recobertos por linhas sinuosas castanhoescuras ou claras. Segmento antenal Iamarelo com muitas manchas escuras. Segmentos
II
e
III
castanho-escuros a negros com manchas amarelas. Segmento
IV
com 1/4 basal amarelo-escuro eo restante negro. Segmento
V
amarelo-claro. Segmentos antenais em ordem crescente de comprimento:
II
; I;
III
;
IV
;
V
.
Disco do pronoto com coloração uniforme. Hemiélitro ultrapassando o final do abdome nos machos, pontuação distribuída regularmente, apresentando uma mancha castanha na metade posterior. Escutelo sem manchas, mas com a pontuação do 1/3 basal maior que a do restante do escutelo. Ápice do escutelo ultrapassando o final do segmento VII. Ventralmente tórax com pontuação castanho-escuraou negra. Mesopleuracom um pequenocalo amarelo. Fêmures amarelos com muitas manchas negras. Tíbias amarelas ou levemente avermelhadas com muitas manchas negras. Tarsos claros. Conexivo amarelo com os ângulos laterais externos negros. Coloração dorsal do abdome castanho-clarae ventral amarela. Região calosa interna aos espiráculos mais clara que o restante do abdome. Urotergito VII com um par de pequenos sulcos quase imperceptíveis laterais à concavidade mediana. Processo mediano ausente, no local existe uma concavidade rasa (fig. 27).
Pigóforo amarelo-escuro. Bordo dorsal com projeções lateraisao segmento Xarredondadas esem áreas intumescidas. Processolátero-dorsal muito desenvolvido, arredondado, projetado sobre o 1/3 basal do ângulo póstero-lateral do pigóforo, sem fusionar-se a ele (figs. 28, 30). Bordo ventral levemente convexo; as elevações do bordo estão reduzidas a carenas baixas, espessadas, escuras e recobertaspor uma fileira de pêlos concentrados junto as laterais (fig. 29). Bordo ventral com projeção membranosa reduzida a uma prega na margem do próprio bordo. Ângulo póstero-lateral do pigóforo ogival em vista lateral, quase trêsvezes maislongo que largo, em vista lateral, e curvado parao lado interno. Face lateral interna deste ângulo plana; face dorsal com uma área plana no 1/3 basal e uma concavidade rasa na metade superior; faceventral elateral externa convexa e com muitas manchas castanho-claras.
Cabeça do parâmero (figs. 31-33) apresentando o lobo dorsal extremamente desenvolvido e ovalado, parte superior curvada lateralmente sobre o segmento X, margem dorsal apresentando mais de dez carenas pequenas e transversais; margem posterior com duas pequenas projeções, uma ventral triangular e outra dorsal arredondada e achatada. Lobo lateral achatado ântero-posteriormente composto por dois processos achatados, triangulares e opostos, sendo um dirigido dorsoanteriormente e o outro ventralmente.
Segmento X arredondado, tubérculos desenvolvidos, paralelos, achatados lateralmente, dirigidos dorsoposteriormente e implantados longitudinalmente sobre o segmento X (fig. 28). Face posterior com carenas laterais pouco desenvolvidas, pouco inclinada emrelação ao plano transversal do pigóforo e sem uma área intumescida mediana. Área membranosa dorsal terminando na base dos tubérculos.
Holótipo
fêmea
. “
Brazil
, Mato Gr.;
10°25’S
59º28’W
;
17-22.III.
77, 300m
, Col:
D. Engleman
” (
INPA
).
Examinado.
Oparátipo
macho também foi examinado.
Distribuição
: Colômbia,
Vaupés
: Raudal do Chiribiquete (
1°04’19’’
N
72°40’05’’
W
). Brasil,
Amazonas
: Manaus;
Pará
: Medicilândia;
Rondônia
: Ouro Pretod’Oeste;
Mato Grosso
: Aripuanã (
10°25’
S
59°28’
W
). Equador,
Napo
: Coca. Perú,
Junin
: Junin. Bolívia,
La Paz
: Caranavi.
Comentários
: Os exemplares analisados pertencem às coleções do
AMNH
,
BMNH
,
MCNZ
,
MLPA
e
UFRG
.
A. graziae
pode ser facilmente distinguida pelo ápice do escutelo ultrapassando o final do segmento VII; pelo urotergito VII com uma concavidade mediana em vez de um processo; pelo bordo ventral levemente convexo; pelo processolátero-dorsal muito desenvolvido, arredondado, projetado sobre a base do ângulo póstero-lateral do pigóforo; pela forma do parâmero; pelo segmento Xsem área intumescida mediana na face posterior. Esta espécie compartilha com
A. amplus
a oposição entre os processos que formam o lobo lateral do parâmero.
A. graziae
tem como característica comum com
A. nebulosus
a presença de carenas laterais pouco desenvolvidas sobre a face posterior do segmento X.
A. graziae
assemelha-se com
A. nebulosus
e
A. ruckesi
na forma do ápice de cada ângulo póstero-lateral do pigóforo. Esta espécie tem como características comuns com
A. nebulosus
,
A. ruckesi
e
A. rufitarsus
aprojeçãomembranosa do bordo ventral do pigóforo reduzida a uma prega na margem do próprio bordo, e o lobo lateral do parâmero achatado ântero-posteriormente.