Primeiro registro de Fidicinoides picea (Walker, 1850) e Fidicinoides poulaini Boulard & Martinelli, 1996 no Brasil
Author
Santos, Rodrigo Souza
Faculdades Integradas FACVEST. Av. Marechal Floriano, nº 947, 88501 - 135, Centro, Lages, SC, Brasil.
santos_rss@hotmail.com
Author
Martinelli, Nilza Maria
Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Jaboticabal, SP, Brasil.
text
Ciência Rural
2008
2008-11-24
39
2
559
562
http://dx.doi.org/10.1590/s0103-84782008005000086
journal article
269415
10.1590/s0103-84782008005000086
a5891e0d-8c93-477e-8bbb-a4242cdaf17a
8380124
Fidicinoides poulaini
Boulard & Martinelli, 1996
.
Cabeça (
Figura 2A
): ocelos laterais e mediano situados em uma mancha escura, de contorno irregular, não estendendo até a base das antenas e do vértice, distância compreendida entre os ocelos laterais cerca de duas vezes e meia maior que a distância que os separam dos olhos correspondentes, uma mancha estreita e uma mancha escura entre a cabeça e a área interna do pronoto, manchas suboculares não-unidas, rostro longo, com ápice alcançando a metade das coxas posteriores.
Tórax (
Figura 2A
): pronoto mais longo que a cabeça; lobos supra-humerais pouco desenvolvidos, mesonoto esverdeado, portando quatro manchas (duas manchas externas escuras próximas ao pronoto, área central gradualmente mais clara, escurecendo novamente nos ápices posteriores, duas manchas internas curtas, escuras e em formato de vírgula, uma mancha em forma de losango e duas pequenas manchas circulares, pretas, acima da elevação cruciforme) (
Figura 2A
).
Abdome (
Figura 2B
): mais curto que a distância compreendida do vértice aos ápices posteriores da elevação cruciforme, base larga se estreitando em direção ao último segmento abdominal, cimbacaliptos pretos, último urosternito do macho (
Figura 2D
) cerca de uma vez e meio mais largo que longo, margem anterior com pequena depressão central, margem lateral oblíqua e margem posterior com invaginação acentuada, ápices próximos entre si.
Asa anterior (
Figura 2C
): hialinas, esfumaçadas de pardo claro na área apical, com célula basal quase totalmente opaca de ocre esverdeado, costa longa e verde, nervuras ocres, tornando-se pardas na área apical, na área apical octoloculada.
Material Examinado:
PERU
.
Loreto
.
Requema
.
16.X.1991
. Muséum National d’Histoire Naturelle,
MNHN
/Paris. (
Poulain, S.
), 1
parátipo
;
BRASIL
.
Pará
:
Cachimbo
. Fundação Oswaldo Cruz.
09.X.1956
. (
Travassos, Oliveira &Adão
),
11
;
ibidem,
21.IX.1955
. (
L.Travassos & S. Oliveira
), 1;
Amazonas
:
Manaus
.
MN/RJ
.
X.1955
. (
Elias & Roppa
), 1.
Figura 2 -
Fidicinoides poulaini
: A. Cabeça
e tórax (vista dorsal); B. Abdome (vista ventral); C. Asa anterior direita; D. Último urosternito (m.a. – margem anterior; m.l. – margem lateral e m.p. – margem posterior).
Comentário:Espécie de porte médio, próxima de
Fidicinoides duckensis
(
Boulard & Martinelli, 1996
)
, diferindo desta por apresentar o último urosternito do macho com uma pequena depressão na sua margem anterior e margem lateral levemente convexa. Trata-se da primeira ocorrência desta espécie no Brasil, nos Estados do Pará e de Manaus, sendo anteriormente relatada no Peru e no Equador (
BOULARD & MARTINELLI, 1996
).
Em vista do exposto e das características demonstradas neste trabalho, foi possível identificar a primeira ocorrência das espécies
F. picea
e
F. poulaini
nos Estados do Pará e de Manaus, respectivamente, contribuindo para o conhecimento e a identificação da fauna de cicadídeos do Brasil.