Contribuição Para O Estudo Dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). Vi. Ecliptoides Tavakilian & Peñaherrera-Leiva
Author
Martins, Ubirajara R.
. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: urmsouza @ usp. br &. Pesquisador do CNPq.
Author
Santos-Silva, Antonio
. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: urmsouza @ usp. br &. E-mail: toncriss @ uol. com. br
Author
Clarke, Robin O. S.
. Hotel Flora & Fauna, Casilla 2097, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia. E-mail: hotelfandf @ hotmail. com
text
Papéis Avulsos de Zoologia
2012
2012-12-20
52
38
477
506
journal article
10.1590/S0031-10492012021800001
1807-0205
13261175
Ecliptoides monostigma
(
Bates, 1869
)
,
comb. nov.
(
Fig. 30
)
Agaone monostigma
Bates, 1869: 384
.
Ommata monostigma
;
Gemminger & Harold, 1872: 2890
(cat.).
Ommata
(
Eclipta
)
monostigma
;
Bates, 1873: 31
.
Odontocera monostigma
;
Bates, 1873: 38
;
1880: 43
, pl. 5, fig. 6;
Blackwelder, 1946: 576
(checklist);
Monné, 1993: 35
(cat.);
Monné & Giesbert, 1994: 94
(checklist); Monné, 2005: 476 (cat.);
Monné & Hovore, 2005: 119
(checklist); 2006: 119 (checklist).
Fêmea
(
Fig. 30
): Redescrição baseada na fêmea examinada – Tegumento castanho-avermelhado; cabeça acastanhada entre os olhos; mandíbulas castanhas na base, gradualmente enegrecidas para o ápice; palpômero
IV
dos palpos maxilares castanho-escuros; antenas castanho-escuras, com o extremo basal dos antenômeros IV-VII alaranjados; pronoto com área acastanhada, quase inconspícua, na região centro- -basal; metepimeros e metasterno castanho-escuros; élitros castanho-escuros com uma mancha longitudinal amarelo-esbranquiçada, triangular, da base até aproximadamente o meio, que não atinge a sutura; pedúnculo dos fêmures amarelados, gradualmente acastanhados próximo da clava; dois terços apicais da clava dos profêmures castanhos na face dorsal e nas laterais do extremo apical; metade apical da clava dos mesofêmures castanha na face dorsal e em toda a circunferência do extremo apical; metade apical da clava dos metafêmures castanha em toda a circunferência; pro- e mesotíbias castanho-escuras; metatíbias castanho-avermelhadas no extremo basal e castanho- -escuras no restante; tarsômeros I castanho-escuros; tarsômeros II-IV castanhos; tarsômeros
V
castanhos na base e gradualmente escurecidos para o ápice; urosternitos I-IV castanhos com o extremo distal castanho-escuro; urosternito
V
castanho-escuro, principalmente na metade distal.
Pilosidade geral amarelada e pubescência amarelo-esbranquiçada; antenômeros e pernas com cerdas castanho-escuras ou acastanhadas (inclusive nos tarsômeros). Fronte, área entre os olhos e vértice com pelos curtos e esparsos, entremeados por alguns pelos longos na fronte. Pronoto com pelos longos, moderadamente abundantes. Prosterno pubescente em área transversal na metade próxima das procoxas e quase glabro no restante. Metepisternos e laterais do metasterno pubescentes; demais regiões do metasterno com pelos longos e esparsos. Élitros pubescentes, com pelos longos na metade basal (mais longos no terço basal). Urosternitos I-IV pubescentes nas laterais e com pelos moderadamente longos e esparsos no restante; urosternito
V
com pelos curtos nas laterais e longos no restante.
Face dorsal da cabeça com pontos moderadamente grossos e abundantes, mais finos e esparsos entre os lobos oculares inferiores e com área sublisa na fronte. Pontuação do pronoto notavelmente grossa; disco com três calosidades longitudinais, pouco marcadas, principalmente a central, que não atingem as margens. Pontuação elitral grossa e abundante, pouco conspícua na área mais próxima da sutura. Laterais dos urosternitos I-III com pontos moderadamente grossos e esparsos.
Comprimento da área entre a base dos lobos oculares inferiores e o ápice do labro igual a 0,8 vezes o comprimento do lobo ocular inferior. Distância entre os lobos oculares inferiores igual a 0,6 vezes a largura de um lobo. Antenas atingem aproximadamente o quinto apical dos élitros; pedicelo com aproximadamente 0,25 vezes o comprimento do antenômero
III
; clava antenal pouco alargada, um pouco mais distinta a partir do antenômero
VIII
; antenômeros IX-X nitidamente mais longos do que largos.
Élitros atingem o meio do urosternito
III
, deiscentes na metade apical; ângulo apical externo saliente. Metafêmures atingem aproximadamente o meio do urosternito
V
. Metatarsômero I pouco mais curto do que II-V reunidos.
Variação:
a principal diferença observada no espécime examinado, em relação ao
holótipo
, é a ausência de faixa centro-longitudinal castanho-escura no pronoto.
Dimensões em mm
(
♀
): Comprimento total, 6,9; comprimento do protórax, 1,4; largura anterior do protórax, 1,0; largura posterior do protórax, 1,1; largura umeral, 1,3; comprimento elitral, 3,4.
Dimensões na descrição original:
“Long. 3 1/4 lin.”.
Tipo, localidade-tipo:
Holótipo
fêmea, proveniente da
Nicaraguá
(
Chontales
), depositado no
BMNH
.
Distribuição geográfica:
Nicarágua
(
Bates, 1869
),
Costa Rica
(Monné, 2005) e
Panamá
(Monné, 2005).
Discussão:
Bates (1869)
descreveu a espécie como
Agaone monostigma
.
Posteriormente, esta espécie aparece no mesmo trabalho de
Bates (1873)
em dois gêneros distintos:
Ommata
(
Eclipta
)
, na página 31;
Odontocera
(grupo com as antenas finas e longas), na página 38. Nas duas alocações, não existe nenhum comentário sobre as razões das transferências.
Gemminger & Harold (1872)
alocaram
E. monostigma
em
Ommata
,
apenas seguindo a sinonímia de
Agaone
Pascoe, 1859
com
Ommata
White, 1855
, feita por
Lacordaire (1868)
.
Curiosamente,
Bates (1873)
registrou sobre
Odontocera
:
“I have nothing to add to the definition of this genus given by Lacordaire, except that I think it better to exclude every species which has not a vitreous surface to the elytra”. No entanto,
Ecliptoides monostigma
não possui élitros com área vítrea. De acordo com a descrição original, que concorda perfeitamente com fotografia do
holótipo
: “elytris abdomine multo brevioribus, truncatis, vix nitidis, punctatis, punctis lateralibus grossioribus, ibique vitta marginali nigra”. Como se pode ver, não há nenhuma menção a élitros vítreos na descrição original, o que é confirmado pela fotografia do
holótipo
. Seria possível inferir que a alocação em
Odontocera
,
feita por
Bates (1873: 38)
foi um equivoco, mas, no entanto, essa alocação foi confirmada por
Bates (1880)
. É interessante anotar que na legenda da estampa
V
em
Bates (1880)
,
E. monostigma
aparece como
Ommata monostigma
,
mas a correção aparece na página viii (“
LIST
OF
PLATES
”). Observar ainda, que a fêmea figurada em
Bates (1880)
também não tem a mancha longitudinal castanho-escura no centro do pronoto.
Material examinado:
COSTA RICA
,
Alajuela
:
20 km
S
Upala
,
♀
,
15-18.
VII
.1990,
F.D. Parker
col. (
LGBC
)
.