Cyperaceae nos campos de natureza de Cametá, Pará, Amazônia, Brasil
Author
Silva, Caio Lima Braga da
Author
Nunes, Clebiana de Sá
Author
Schneider, Layla Jamylle Costa
Author
Silva, Juliene de Fátima Maciel da
Author
Alves, Karina de Nazaré Lima
Author
Conde, Maíra Luciana Guimarães
Author
Fernandes-Junior, Aluisio José
Author
Gil, André dos Santos Bragança
text
Iheringia, Série Botânica
2021
e 2021005
2021-04-28
76
1
42
http://dx.doi.org/10.21826/2446-82312021v76e2021005
journal article
10.21826/2446-82312021v76e2021005
2446-8231
10627096
2.2
Calyptrocarya montesii
Davidse & Kral, Ann.
Missouri
Bot. Gard. 75(3): 853. 1988
.
(
Fig. 4 E
)
Ervas anuais, cespitosas,
28-50 cm
alt., rizomas ausentes. Bainhas
4,7-6 cm
compr., papiráceas ou membranáceas, purpúro-esverdeadas; ápice oblíquo, glabro; lâminas foliares 14,2-30 x
0,4-0,7 cm
, lineares, papiráceas, faces adaxial e abaxial glabras, margens inermes a escabras próxima ao ápice, ápice agudo. Escapos (1,5-)6-26 x ca.
0,1 cm
, triangulares em secção transversal, glabros, inermes. Brácteas involucrais 1-3,
1-15 cm
compr., castanhas, tamanhos desiguais, foliáceas, faces abaxial e adaxial glabras, margens inermes, ápice agudo. Inflorescências, laterais e terminais, anteliformes, compostas por espiguetas dispostas em fascículos congestos; espiguetas unissexuadas. Espiguetas estaminadas 1,5-2 x ca.
0,5 mm
, ovoides; glumas 1,5-2 x
0,3-0,4 mm
, ovadas a lineares, membranáceas, castanhas, margens inermes a levemente escabras, ápice agudo a mucronado; estame 1 por flor. Espiguetas pistiladas 3-4 x
1-2 mm
, ovoides a elipsoides; glumas 1-4 x
0,5-1,2 mm
, ovais a lanceoladas, membranáceas ou papiráceas, superfície glabra, castanhas, margens inermes a levemente escabras, ápice agudo a mucronado; estiletes trífidos. Utrículos hialinos, castanhos, pubérulos a pilosos. Núculas 1,3-1,7 x
1-1,3 mm
, subtrígonas, ovoides a largo-elipsoides, superfície lisa, base truncada, ápice atenuado formando um pequeno bico, castanhas a castanho-rubescentes, às vezes, com máculas lineares longitudinais violáceas.
Registrada para a
Venezuela
e
Brasil
(
Davidse & Kral 1988
;
Flora do
Brasil
2020
em construção, 2020). No
Brasil
ocorre somente na região Norte (
PA
). Nos campos de natureza de Cametá a espécie é encontrada em área antropizada, em solo arenoso-argiloso.
Calyptrocarya montesii
é reconhecida pela inflorescência anteliforme, composta por fascículos congestos de espiguetas sésseis a subsésseis, núculas subtrígonas, ovoides a largo-elipsoides, de ápice atenuado formando um pequeno bico, encobertas por utrículos hialinos, castanhos, pubérulos a pilosos. Suas espiguetas femininas apresentam um arranjo de glumas bastante distinto, externamente são 3-4 glumas ovais e mucronadas, e internamente três glumas lanceoladas de ápice atenuado, configurando uma aparência espinulosa ao fascículo de espiguetas. Assemelha-se à
C. delascioi
Davidse & Kral
(espécie não registrada para o
Brasil
) por apresentarem aspectos semelhantes da inflorescência, entretanto se diferem por
C. delascioi
ser uma planta perene (
vs.
anual), pelas brácteas involucrais inconspícuas (
vs.
desenvolvidas) e estiletes bífidos (
vs.
estiletes trífidos).
Material examinado:
BRASIL
,
PARÁ
,
Cametá
,
Estrada Cametá-Limoeiro do Ajurú
, campo de natureza a ca.
8 km
da cidade,
04.VII.2017
,
C
.
L
. Braga-Silva
et al.
123 (
MG
).