Caracterização do grupo Edessa rufomarginata e descrição de sete novas espécies (Heteroptera, Pentatomidae, Edessinae) Author Ely e Silva, Eduardo J. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 9500, Bloco IV, Prédio 43435, 91501 - 970 Porto Alegre, RS, Brasil. Author Fernandes, José A. M. Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas, UFPA, Rua Augusto Corrêa nº 1, Guamá, 66075 - 110 Belém, PA, Brasil. Author Grazia, Jocélia Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 9500, Bloco IV, Prédio 43435, 91501 - 970 Porto Alegre, RS, Brasil. text Iheringia, Série Zoologia 2006 2006-09-30 96 3 345 362 journal article 24587 10.1590/S0073-47212006000300012 3338cfec-542f-4836-9a6f-78771e3a750c 3585585 Edessa cerradensis sp. nov. ( Figs. 11 , 23 , 49 , 56 ) Etimologia. Epíteto alusivo ao Cerrado, uma das regiões de procedência dos exemplares. Descrição. Comprimento 21,4-22,4; largura 12,0-13,2, corpolevemente ovalado ( Fig. 11 ). Coloração geralverdeclara. Cabeça pontuada; jugas com pequenos sulcos transversais, arredondadas e curvadas ventralmente no ápice. Tubérculos anteníferos com dente vestigial; antenômeros 1 a 5 em ordem crescente de comprimento. Rostro atingindo a primeira bifurcação do processo do metasterno; primeiro segmento do rostro tão longo quanto as búculas; segundo segmento menor que o terceiro e quarto reunidos; búculas paralelas. Pronoto rugoso, pontuado, brilhante, ângulos ântero-laterais com umpequeno dente. Margens ântero-laterais retas, íntegras e levemente emarginadas. Ângulos umerais nãodesenvolvidos. Cicatrizes do pronoto subcalosas e nãopontuadas. Escutelo brilhante, com ápice levemente acuminado, pontuação mais fina que o pronoto. Cório fosco, com pontuação mais fina e densa que o resto do corpo eveias sem diferençade coloração; margemcostal do cório com pontuação clara igual à do pronoto. Membrana do hemiélitro descolorida, brilhante e transparente. Superfície ventral do pronoto pontuada. Mesosterno pontuado, com uma carena mediana baixa que avançaaté as coxas anteriores. Processo metasternal mais longo que largo, achatado, liso e glabro; bifurcação anterior do processo metasternal divergente, com os ápices evanescentes, atingindo o terço posterior do mesosterno e acomodando o quarto segmento do rostro. Área evaporatória rugosa, fosca e com a mesma cor da face ventral; peritrema ostiolar atingindo metade da largura da metapleura. Conexivo com a pontuação fina e escura. Ângulos póstero-laterais do conexivo e posteriores do sétimo segmento pouco desenvolvidos e agudos. Face dorsal do abdome castanho-clara; superfície ventral rugosa e com pontuação grosseira. Tricobótrios: um na mesma linha dos espiráculos e outro externo. Genitália do macho ( Fig. 23 ). Pigóforo retangular em vista dorsal; abertura dorso-posterior, ângulos póstero-laterais arredondados; superfícieventral ( Fig. 56 ) não-sulcada, com pontuações esparsas e um par de elevações próximas ao bordo ventral; bordo ventral com recorte central em “u” fechado. Interior do pigóforo com 1+1 escavações profundas na parede ventral da taça genital. Parâmeros com cabeça mais pé geniculados, direcionados para a região anterior; cabeça com a extremidade anterior arredondada; face ântero-lateral dos parâmeros escura, com texturadiferenciada e voltadapara o processo da taça genital. Processos da taça genital sinuosos, castanho-escuros, brilhantes e lisos, situados junto ao bordo dorsal do pigóforo. Décimo segmento cilíndrico, com pilosidade esparsa e sem sulcos; face posterior declivente, com três carenas longitudinais, a do meio mais pronunciada e as laterais pouco distintas. Genitália da fêmea ( Fig. 49 ). Gonocoxitos 8 pontuados, no mesmo plano que as demais placas genitais; margem posterior recortada próximo ao bordo sutural ecom projeção afilada pronunciada. Gonocoxitos 9 planos e destituídos de carena. Laterotergitos 8 com projeções afiladas pronunciadas, ultrapassando os laterotergitos 9. Laterotergitos 9 afilados, ultrapassando conspicuamente a banda que une dorsalmente os laterotergitos 8. Distribuição. Brasil (Mato Grosso e São Paulo). Material-tipo. Holótipo , BRASIL , Mato Grosso : Chapada [ dos Guimarães ], 15°26’S , 55°45’W , 1882-1884 , H. Smith col. ( CMNH ) . Parátipos ., Chapada dos Guimarães , 09.IX.1978 , J. Becker col. ( MNRJ ) ;, São Paulo : Santo Antônio da Posse ( Fazenda Dona Amélia ), 14.X.1977 , I. Sazima col. ( UFRG ) . Discussão. Edessa cerradensis sp. nov. caracterizase por apresentaro primeiro segmentodo rostro tão longo quanto as búculas e pelas genitálias do machoe da fêmea: pigóforo com 1+1 escavações profundas na parede ventral da taça genital; bordoventraldopigóforo comrecortecentral em “u”; processos da taça genital sinuosos, castanhoescuros, brilhantes e lisos; décimo segmento sem sulcos e com a face posterior declivente com três carenas longitudinais, a domeio mais evidente; gonocoxitos 8 no mesmo plano que as demais placas genitais, margem posterior com uma projeção afilada pronunciada; gonapófises 9 invisíveis; gonocoxitos 9 sem carena.