Revisão Do Gênero Polyrhaphis Audinet-Serville (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) Author Santos-Silva, Antonio . Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: toncriss @ uol. com. br. Author Martins, Ubirajara R. . Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: urmsouza @ usp. br. &. Pesquisador do CNPq. Author Tavakilian, Gérard L. . Antenne IRD, Entomologie, Département de Systématique et Évolution, Muséum National d’Histoire Naturelle, 45, rue Buffon, F- 75005 Paris. E-mail: tava @ mnhn. fr. text Papéis Avulsos de Zoologia 2010 2010-12-31 50 30 451 509 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0031-10492010003000001&lng=pt&tlng=pt journal article 10.1590/S0031-10492010003000001 1807-0205 13307866 Polyrhaphis baloupae sp. nov. ( Figs. 64, 65 , 85 ) Etimologia: A espécie é dedicada a Odette Baloup, coletora do holótipo . Fêmea ( Fig. 64 ): Corpo fracamente deprimido ( Fig. 65 ). Cabeça, em vista dorsal, quase tão longa quanto o protórax; pouco alongada atrás dos olhos. Fronte plana; pontuação moderadamente grossa e profunda; pubescência amarelo-avermelhada presente em toda extensão, mas não encobre todo o tegumento. Vértice com pubescência amarelo-avermelhada, exceto em torno dos lobos oculares superiores, onde a pubescência é branco-amarelada, e na área central próximo da margem do pronoto, na qual a pubescência é acastanhada; pontuação grossa, rasa e dispersa. Clípeo sub-reto na região central da margem anterior. Ante-clípeo longo (comprimento igual à aproximadamente 1/3 da largura). Labro convexo nos dois terços basais; terço apical nitidamente inclinada para baixo; pubescência da metade basal curta, amarelo-esbranquiçada, esparsa; parte inclinada glabra na região central. Distância entre os lobos oculares superiores igual a 1,5 vezes a largura basal do antenômero III; distância entre os lobos oculares inferiores igual a 1,5 vezes a largura de um lobo. Mandíbulas pouco mais longas do que à distância entre a borda anterior do clípeo e a base dos tubérculos anteníferos. Comprimento da parte frontal das genas com 0,6 vezes a largura do lobo ocular inferior. Segmento II dos palpos maxilares pouco mais curto do que o IV e mais longo do que o III. Distância entre as bases dos tubérculos anteníferos aproximadamente igual à largura do escapo na base. Antenas com 1,8 vezes o comprimento elitral. FIGURAS 61‑71: Habitus. Polyrhaphis lanei sp. nov. : 61, holótipo macho, vista dorsal; 62, holótipo macho, vista lateral; 63, parátipo fêmea, vista dorsal. P.baloupae sp. nov. : 64, holótipo fêmea, vista dorsal; 65, parátipo fêmea, vista lateral. P.testacea Lane, 1965 (= P. gracilis ): 66, holótipo fêmea, vista dorsal; 67, idem, vista lateral. P. gracilis Bates, 1862: 68 , macho, vista dorsal; 69, fêmea, vista dorsal. 70, 71, gibas elitrais: 70, P. confusa Lane, 1978 , parátipo macho; 71, P. grandini Buquet, 1853 . Saliências cônicas do pronoto fortemente elevadas; ápice arredondado; calosidades da metade apical do disco nítidas (notavelmente a central); espinhos laterais grandes, quase tão longos quanto à metade do comprimento do protórax; pontuação do disco grossa, profunda e abundante, pouco mais esparsa e mais fina entre as saliências cônicas; pubescência amarelo-avermelhada recobre toda a superfície, exceto nas laterais basais e metade posterior dos espinhos laterais, onde a pubescência é amarelo-esbranquiçada, área em torno das saliências cônicas, na qual a pubescência é suavemente acastanhada; ápice das saliências cônicas e dos espinhos laterais e parte das calosidades glabras; presença de alguns pelos longos e escuros, no disco e base dos tubérculos laterais (mais nítidos nessa última área). Escutelo com pubescência amarelo-avermelhada, exceto duas áreas centro-laterais com pubescência acastanhada. Élitros subparalelos nos dois terços basais, mas com reentrância suave pouco antes do meio; carena longitudinal dos élitros, sobre a giba, baixa e com série variável de tubérculos brilhantes, moderadamente grandes, que continuam em linha fracamente curva, após a giba, até antes do meio do élitro; área que margeia a metade basal da sutura elitral, com tubérculos brilhantes, com ápice rombo, gradualmente maiores em direção ao meio do élitro; área sobre a giba e entre as carenas elitrais laterais, com pontos muito grossos e profundos e tubérculos pequenos e brilhantes; carena lateral curva, baixa, da base até o meio dos élitros, munida de tubérculos pequenos, brilhantes e com ápice rombo; terço apical com calosidade grande e apenas indicada; úmeros apenas salientes; ângulo apical externo com espinho longo e ângulo sutural projetado; ápice obliquamente truncado; metade basal com pubescência castanho-avermelhada, muito curta, entremeada por áreas glabras ou subglabras; metade apical com pubescência amarelo-esbranquiçada, exceto uma larga faixa sinuosa de pubescência castanha, localizada aproximadamente no terço basal, e o extremo apical onde a pubescência é muito esparsa. Fêmures com pubescência amarelo-acinzentada, mais curta nas extremidades. Tíbias com pubescência amarelo-avermelhada, com faixa de pubescência mais abundante no meio. Dimensões em mm ( ): Comprimento total, 17,0-22,0; comprimento do protórax, 3,0-3,9; largura do protórax, entre os ápices dos espinhos, 7,0-8,7; largura umeral, 6,9-8,2; comprimento elitral, 12,5-15,5. Material-tipo: Holótipo , procedente da GUIANA FRANCESA ( Fig. 85 ), Piste de Kaw (pk 33; armadilha luminosa), 12.IV.1986 , Odette Baloup col. ( MNHN ) . Parátipos : GUIANA FRANCESA ( Fig. 85 ), Montagne Yaou ( Camp Guyanor ; atraído por luz), , 04.II.1988 , Jean-François Orru col. ( MZUSP ) ; Piste de Kaw (pk 33; armadilha luminosa), , 17.IV.1995 , Frédéric Beneluz col. ( MNHN ) ; Saül ( Route de Belizon ; pk 3; armadilha luminosa), , 12.III.1983 , Gilbert Lecourt col. ( MNHN ) . Discussão: Polyrhaphis baloupae sp. nov. é semelhante a P. gracilis e P. lanei sp. nov. Difere da primeira: saliência cônicas do pronoto nitidamente mais longas e mais robustas ( Fig. 65 ); antenômeros um pouco mais grossos; tubérculos elitrais maiores, principalmente sobre a giba, sobre a carena da giba e região em torno da sutura; área em torno da sutura elitral, na região das gibas, mais profunda. Em P. gracilis as saliências cônicas do pronoto são mais curtas e nitidamente aguçadas no ápice ( Fig. 67 ), os antenômeros são mais finos, os tubérculos elitrais são menores e a área em torno da sutura elitral, na região das gibas, é rasa ou plana. Diferencia-se de P. lanei sp. nov. : élitros com áreas glabras na metade basal, tubérculos das carenas das gibas elitrais maiores; pontuação das laterais dos élitros mais grossa ( Fig. 64 ). Em P. lanei , os élitros não apresentam áreas glabras na metade basal ou essas áreas são pouco perceptíveis, os tubérculos das carenas das gibas elitrais são menores e a pontuação da lateral dos élitros é mais fina ( Figs. 61, 63 ).