Cyperaceae nos campos de natureza de Cametá, Pará, Amazônia, Brasil Author Silva, Caio Lima Braga da Author Nunes, Clebiana de Sá Author Schneider, Layla Jamylle Costa Author Silva, Juliene de Fátima Maciel da Author Alves, Karina de Nazaré Lima Author Conde, Maíra Luciana Guimarães Author Fernandes-Junior, Aluisio José Author Gil, André dos Santos Bragança text Iheringia, Série Botânica 2021 e 2021005 2021-04-28 76 1 42 http://dx.doi.org/10.21826/2446-82312021v76e2021005 journal article 10.21826/2446-82312021v76e2021005 2446-8231 10627096 5.3 Eleocharis jelskiana Boeck., Linnaea 38. 376. 1874. ( Fig. 5 C ) Ervas perenes, cespitosas, 5,5-31 cm alt., estoloníferas. Bainhas 1,3-5,5 cm compr., papiráceas, ápice oblíquo, dorsalmente obtuso a agudo, apêndice hialino rugoso ausente. Escapos 4-28,5 x 0,1-0,14 cm , não capilares, circulares em secção transversal, sulcos longitudinais presentes, raro ausentes. Espiguetas 1-2,5 x 0,1-0,2 cm , lanceoloides; espiguetas acaules ausentes; gluma inferior estéril, contínua com o escapo; glumas superiores 2,5- 3,9 x 1-2 mm , ovais a elípticas, subcartilaginosas, lados castanho-claros, carenas esverdeadas, margens hialinas, com faixa castanha submarginal na porção distal, ápice arredondado a obtuso; estames 2 por flor; estiletes bífidos; cerdas perigoniais 5-6, estramíneas a cremes, menores que a núcula ou, por vezes, algumas vestigiais, ocasionalmente, esparsamente escabrosas. Núculas 1,5-1,9 x 0,8-1,1 mm , biconvexas, obovoides a largo-elipsoides, superfície com fileiras longitudinais paralelas de células retangulares, com um colo entre corpo da núcula e o estilopódio, castanho-claras a castanho-escuras; estilopódios curto-triangulares, comprimidos lateralmente, castanhos a negros. Ocorre na América Central (Trindade) e América do Sul ( Brasil , Guiana Francesa , Colômbia , Peru , Suriname , Venezuela , Bolívia ) ( Svenson 1929 ; WCSP 2018 ). Eleocharis jelskiana é registrada pela primeira vez para a região Norte do Brasil ( PA ), já que conta com registros, até o momento, para as regiões Centro-oeste ( MS ) e Sul ( PR ) ( Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Nos campos de natureza de Cametá a espécie é encontrada em brejos temporários na beira de estradas, em solo arenoso-humoso, úmidos e/ou alagados. Eleocharis jelskiana caracteriza-se pelas bainhas com ápice oblíquo, dorsalmente obtuso a agudo, escapos circulares em secção transversal, espiguetas lanceoloides, glumas superiores subcartilaginosas, com lados castanho-claros, carenas esverdeadas, margens hialinas, e com faixa castanha submarginal na porção distal, e ápice arredondado a obtuso; cerdas perigoniais 5-6, menores que a núcula ou, por vezes, algumas vestigiais. Assemelha-se a Eleocharis plicarhachis (Griseb.) Svenson , pelos escapos circulares em secção transversal, pelas espiguetas lanceoloides, estiletes bífidos, núculas biconvexas de superfície com fileiras longitudinais paralelas de células retangulares, porém diferem-se, principalmente, por E. plicarhachis apresentar gluma inferior fértil ( vs. gluma inferior estéril), estames (2-)3 por flor ( vs. estames 2, nunca 3 por flor), cerdas perigoniais maiores que a núcula ( vs. cerdas perigoniais menores que a núcula ou vestigiais). Material examinado: BRASIL , PARÁ , Cametá , Estrada Cametá-Juaba , ca. 9 km de Cametá , campo de natureza, margem da estrada, 06.VII.2017 , A . Gil et al. 766 ( MG ); Sede Municipal , campo de natureza ca. 8 km da cidade, Estrada Cametá-Ajurú , 04.VII.2017 , C . L . Braga-Silva et al. 124 ( MG ).