Contribuição Para O Estudo Dos Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). Ii. Revisão De Ommata White Author Santos-Silva, Antonio . Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. &. E-mail: toncriss @ uol. com. br. Author Martins, Ubirajara R. . Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218 - 970, São Paulo, SP, Brasil. &. Pesquisador do CNPq. Author Clarke, Robin O. S. . Hotel Flora & Fauna, Casilla 2097, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia. E-mail: hotelfandf @ hotmail. com. text Papéis Avulsos de Zoologia 2010 2010-12-31 50 39 595 621 journal article 10.1590/S0031-10492010003900001 1807-0205 13307686 Ommata buddemeyerae Clarke 2010 ( Figs. 9 , 12 ) Ommata ( Ommata ) buddemeyerae Clarke, 2010: 247 . Diagnose: Assemelha-se a O. hirtipes da qual difere pelo protórax mais alongado. Tegumento brilhante, castanho-enegrecido até preto. Escapo e pedicelo pretos; antenômeros III-VIII, nos dois sexos, castanho-escuros, gradualmente mais claros em direção ao ápice antenal. Antenômero IX dos machos com a metade basal acastanhada e a metade apical branco-amarelada, ou inteiramente acastanhado ou branco-amarelado; nas fêmeas, branco-amarelado. Antenômero X dos machos inteiramente branco-amarelado ou dessa cor apenas na base; nas fêmeas, branco-amarelado. Antenômero XI dos machos acastanhado; nas fêmeas, branco-amarelado na metade basal e acastanhado na metade apical. Pronoto enegrecido nos machos e avermelhado nas fêmeas (caráter que, provavelmente, pode variar). Fêmures castanho-amarelados na maior parte do pedúnculo e castanho-escuros no restante. Tíbias castanho-escuras. Pro- e mesotarsos castanhos; metatarsos castanho-claros. Macho ( Fig. 12 ): Rostro curto. Distância entre os lobos oculares superiores igual a aproximadamente o dobro da largura de um lobo. Antenas ultrapassam o ápice do abdome na ponta do antenômero VII (às vezes, no ápice do antenômero VIII ); antenômeros IX-XI fortemente engrossados. Protórax proporcionalmente largo. Pronoto com pelos longos, eretos e dispersos; terço distal com pelos curtos, decumbentes, não concentrados; faixa de pubescência esbranquiçada, moderadamente estreita na base, interligada a uma larga faixa lateral que se projeta em direção à cavidade procoxal e sobe em direção à região látero-anterior do disco; pontuação do disco moderadamente grossa e abundante, principalmente na metade basal, exceto sobre as calosidades que são lisas. Élitros com pontos grossos e esparsos na área circum-escutelar e moderadamente abundantes na área entre a costa úmero-apical e a epipleura (mais finos e dispersos próximo do úmero). Metatarsômero I ( Fig. 9 ) moderadamente robusto, um pouco mais longo quanto II-III reunidos. Fêmea: Rostro pouco mais longo do que nos machos; distância entre os lobos oculares inferiores maior do que a largura de um lobo; antenas ultrapassam o ápice abdominal no meio do antenômero IX; disco pronotal mais densamente pontuado do que nos machos. Dimensões em mm ( / ) ( Clarke, 2010 ): Comprimento total, 5,80-7,90/7,50-7,75; comprimento do protórax, 1,20-1,60/1,55-1,60; largura do protórax, 0,90-1,20/1,20-1,25; largura umeral, 1,10-1,50/1,40; comprimento elitral, 4,00-4,30/4,50-4,75. Tipos, localidade-tipo: Holótipo macho, proveniente da Bolívia ( Santa Cruz , Buena Vista , Hotel Flora & Fauna ), depositado no MNKM . Parátipos : seis machos e três fêmeas provenientes da Bolívia ( Santa Cruz , 5 km SSE Buena Vista e 1 km W de Candelaria ), depositados no MZUSP , MNRJ , RCSZ e FSCA . Distribuição geográfica: Bolívia ( Clarke, 2010 ). Discussão: Clarke (2010) comparou O. buddemeyerae com O. hirtipes e O. tibialis , baseado apenas na literatura, e afirmou: “ O. ( O. ) tibialis (and O. ( O. ) buddemeyerae ) separated from O. ( O. ) hirtipes by the more elongate pronotum”; “ O. ( O. ) buddemeyerae would separate from O. ( O. ) tibialis by the brushes on metatibia occupying half its length, in the latter more than half ”. Na verdade, o protórax em O. buddemeyerae é pouco mais longo do que no holótipo de O. hirtipes e, quando se comparam fotografias dos holótipos dessas duas espécies e de O. tibialis , observa-se que os três possuem comprimento muito similar, mas que, das três espécies, O. buddemeyerae é a que possui o protórax mais longo. Além disso, conforme visto acima, esse caráter é muito variável e não permite nenhuma comparação confiável. Com relação ao tufo de pelos nas metatíbias, ao contrário do que afirmou Clarke ( op. cit. ), em O. tibialis ele ocupa toda a metade posterior (macho e fêmea) e, portanto, não permite separar as duas espécies. Clarke ( op. cit. ) registrou ainda as seguintes diferenças entre O. buddemeyerae e O. tibialis , que necessitam ser comentadas: “interocular twice width of scape at base ( O. ( O. ) buddemeyerae almost three times width of scape)”; “pronotum not widened ( O. ( O. ) buddemeyerae distinctly widened behind middle)”; “elytra 2.5 times longer than pronotum ( O. ( O. ) buddemeyerae 3.0 longer)”. Embora Fuchs (1961) tenha registrado “Stirn zwischen den Augen doppelt so breit wie dei Dicke der Basis des ersten Fühlergliedes”, o exame da fotografia do holótipo fêmea mostra perfeitamente que a distância entre os lobos oculares (superiores e inferiores) é idêntica aquela de O. buddemeyerae e que, sem dúvida, essa distância não é igual ao dobro da largura do escapo na base, conforme afirmou Fuchs ( op. cit. ), mas sim, igual a aproximadamente o triplo da largura. O protórax nessas duas espécies é proporcionalmente muito similar e, embora seja uniformemente mais estreito em O. tibialis , nas duas espécies são alargados na região mediana e suavemente mais estreitos no ápice do que na base. Fuchs ( op. cit. ) registrou, equivocadamente: “Die Flügeldecken sind zwei und einhalb mal solang wie der Prothorax“. Na realidade, os élitros do holótipo fêmea de O. tibialis são um pouco mais longos do que o triplo do comprimento do protórax, portanto, como em O. buddemeyerae . Para este estudo, examinamos o holótipo e os parátipos de O. buddemeyerae .